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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O Analista de Sistema e A Engenheira

O Analista de Sistemas e a Engenheira

Um analista de sistemas meio introvertido finalmente conseguiu realizar o sonho da sua vida: um cruzeiro. Era a coisa mais doida que tinha feito até então.
Estava começando a desfrutar da viagem quando um furacão virou o navio como se fosse uma caixa de fósforos.
O rapaz conseguiu agarrar-se a um salva-vidas e chegar a uma ilha aparentemente deserta e muito remota. Deparou-se com uma cena belíssima: cachoeira, bananas, coqueiros...Mas quase nada além disso.
Ele se sentiu desesperado e completamente abandonado. Vários meses se passaram, até que um belo dia apareceu, remando, uma belíssima engenheira (só por isso a estória é falsa), daquelas de fazer parar o trânsito.
A engenheira começou logo uma conversa:
- Eu sou do outro lado da ilha. Você também estava no cruzeiro?
- Estava! Mas onde conseguiu esse bote?
- Simples: eu sou engenheira e usei meus conhecimentos!
Tirei alguns galhos de árvores, sangrei umas seringueiras, defumei até virar borracha, reforcei os galhos e fiz a quilha e os remos com madeira de eucalipto.
- Mas... com que ferramentas?
- Bom, achei uma camada de material rochoso, evidentemente formado por aluviões. Descobri que esquentando esse material a certa temperatura, ele assumia uma forma muito maleável. Mas chega disso! Onde você tem vivido esse tempo todo? Não vejo nada parecido com um teto...
- Para ser franco, eu tenho dormido na praia....
- Gostaria de ver a minha casa...
O analista de sistemas aceitou, meio sem jeito. A engenheira remou com extrema destreza ao redor da ilha. Quando chegou no 'seu' lado, amarrou a canoa com uma corda que mais parecia uma obra-prima de artesanato.
Os dois caminharam por uma passarela de pedras e madeira construída pela engenheira, e depararam, atrás de um coqueiro, com um lindo chalé construído sobre palafitas, pintado de azul e branco.
- Não é muito, disse ela, mas eu o chamo de 'meu lar'.
Já dentro, ela procurou deixá-lo à vontade:
- Sente-se, por favor! Aceita um drinque?
- Não, obrigado! Não agüento mais água de coco!
- Mas não é água de coco! Eu tenho um alambique meio rudimentar lá fora, de forma que podemos tomar Piñas coladas autênticas!
Tentando esconder a surpresa, o analista de sistemas aceitou.
Sentaram no sofá dela para conversar.
Depois de contarem suas histórias, a engenheira perguntou:
- Você sempre teve barba?
- Não. Toda a vida eu andei bem barbeado.
- Bom, se quer se barbear, tem uma navalha lá em cima, no armarinho do banheiro.
O homem já não perguntava mais nada.
Subiu uma escada em caracol, foi em cima, no banheiro, e fez a barba com um complicado aparelho feito de osso e conchas, tão afiado quanto uma navalha. A seguir, tomou um bom banho, sem nem querer arriscar palpites sobre como ela tinha água quente no banheiro. Desceu sem poder deixar de se maravilhar com o acabamento do corrimão.
- Você ficou ótimo! Vou lá em cima também me trocar por algo mais confortável.
Nosso herói continuou bebericando sua piña colada.
Em instantes a engenheira estava de volta, com um delicioso perfume de gardênias e vestindo um estonteante e revelador robe, muito bem trabalhado em folhas de palmeira.
- Bom, disse ela, ambos temos passado um longo tempo sem qualquer companhia....Você não tem se sentido solitário? Há alguma coisa de que você sente muita saudade? Que lhe faz muita falta e da qual todos os homens e mulheres precisam?
- Mas é claro, disse ele esquecendo um pouco a sua timidez. Tem uma coisa que venho querendo todo esse tempo. Até sonho com isso à noite. Mas... aqui nesta ilha... sabe como é... era simplesmente impossível.
- Bom, ela disse com um sorriso maroto, já não é mais impossível, se é que você me entende...
O rapaz, tomado de uma excitação incontrolável, disse, quase sem fôlego:
- Não acredito! Você não está querendo dizer que.. ..... você bolou um jeito de acessar a internet aqui na ilha?

Um comentário:

  1. Cacique, sou engenheira.... brincadeira, mas tenho belas amigas nessa profissão, não acredita?

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